Sei lá
A educação na comunidade primitiva; a educação do homem antigo e a educação do homem feudal - Aníbal Ponce
Na comunidade primitiva temos uma pequena coletividade assentada sobre a propriedade comum da terra e unida por laços de sangue. Seus membros eram indivíduos livres, com direitos iguais, que ajustaram as suas vidas as resoluções de um conselho formado democraticamente por todos os adultos, homens e mulheres da tribo. O que era produzido em comum era repartido com todos, e imediatamente consumido; o pequeno desenvolvimento dos instrumentos de trabalho impedia que se produzissem mais do que o necessário para a vida cotidiana, e, portanto, a acumulação de bens.
As mulheres estavam em pé de igualdade com os homens, e o mesmo acontecia com as crianças. A sua educação não estava confiada a ninguém em especial, não existia professor, a criança era inserida em tal meio e incorporava tais hábitos por imitação. O ensino era “para a vida, e por meio da vida”. As crianças se educavam tomando parte nas funções da coletividade e nunca eram castigadas durante seu aprendizado. A educação na comunidade primitiva era uma função espontânea da sociedade em conjunto, da mesma forma que a linguagem e a moral.
A religião dos primitivos era uma religião sem Deuses, eles acreditavam em forças difusas que impregnavam tudo o que existia, da mesma maneira que as influências sociais impregnavam todos os membros da tribo.
O ideal pedagógico da tribo era o dever ser. Esse ideal consistia em adquirir, a ponto de torná-lo imperativo como uma tendência orgânica, o sentimento profundo de que não havia nada superior aos interesses da tribo. Os fins dessa educação primitiva derivam da estrutura homogênea do ambiente social, identificam-se com os interesses comuns do grupo, e se realizam igualitariamente em todos os seus membros, de modo espontâneo e integral: espontâneo na medida em que não existia nenhuma instituição destinada a recomendá-los,