segurança do trabalho
NO BRASIL NA DÉCADA DE 1990:
SUBORDINAÇÃO ATIVA E CONSENTIDA
À LÓGICA DO MERCADO
GAUDÊNCIO FRIGOTTO*
MARIA CIAVATTA**
E sem dúvida o nosso tempo... prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser... Ele considera que a ilusão é sagrada, e a verdade é profana. E mais: a seus olhos, o sagrado aumenta à medida que a verdade decresce e a ilusão cresce, a tal ponto que, para ele, o cúmulo da ilusão fica sendo o cúmulo do sagrado.
(Feuerbach)***
RESUMO: Este trabalho, apoiado no esforço de análises de pesquisadores e intelectuais que não declinaram do pensamento utópico e, portanto, do esforço de produção de um pensamento crítico a todas as formas de colonialismo, discute a política de educação básica nos dois mandatos do Governo Fernando Henrique Cardoso. A conclusão a que chegamos é a de que a “era FHC” neste particular, também, foi um retrocesso tanto no plano institucional e organizativo quanto, e particularmente, no âmbito pedagógico. Esta conclusão se fundamenta, primeiramente, na análise do tipo de projeto social mais amplo e do projeto educativo a ele articulado, ambos associados de forma ativa, consentida e subordinada aos organismos internacionais.
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Doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- SP ) e professor titular na
Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro. E-mail: frigotto@uol.com.br **
Doutora em Ciências Humanas (Educação) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro ( PUC - RJ ) e professora titular em Trabalho e Educação da Universidade Federal
Fluminense (UFF), Rio de Janeiro. E-mail: mciavatta@terra.com.br
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Prefácio da 2ª edição de A essência do cristianismo, apud Débord, 1997, p. 13.
Educ. Soc., Campinas, vol. 24, n. 82, p. 93-130, abril 2003
Disponível em
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No plano mais específico fundamenta-se na relevância da educação básica à luz das questões mais gerais