segurança do trabalho nr4
O trabalho em alto mar impõe aos trabalhadores tensões adicionais decorrentes do confinamento, de um estilo de vida bimodal, com cíclicos afastamentos prolongados da família e da vida social urbana, e da criação de expectativas compensatórias para os sacrifícios realizados. Estas tensões adicionais exigem, ainda mais, uma visão ecológica global do trabalho, da qual decorre o conceito de fatores psicossociais do trabalho.Os fatores psicossociais no trabalho referem-se às interações dos trabalhadores com as ofertas e demandas do ambiente em relação a suas capacidades, expectativas e necessidades e, em nível mais amplo seus costumes, cultura e condições de vida fora do trabalho.
Nas unidades de perfuração marítima, na maioria das vezes sem sequer a possibilidade de se avistar a costa, os trabalhadores estão confinados, isolados por todos os lados pelo mar.
Os fatores que mais favorecem os trabalhadores no enfrentamento das dificuldades do trabalho em unidades de perfuração marítima, quando presentes, são:
a) a seleção realizada na prática, onde só os mais aptos sobrevivem;
b) o significado religioso (dever, obrigação moral) do trabalho;
c) o orgulho de ser petroleiro e através deste trabalho proporcionar alimentação, educação, saúde e segurança à família;
d) relacionamentos interpessoais de boa qualidade;
e) o suporte social, principalmente da família;
f) a percepção da importância de suas tarefas;
O regime de trabalho em turnos nas instalações petrolíferas offshore e nas unidades de perfuração marítima em particular, com suas jornadas estendidas (12 horas ou mais por dia), rodízio com baixa velocidade de rotação (7 a 14 dias seguidos em cada turno), longa seqüência de dias no turno da noite (7 a 14 dias), mudança de turno sem folga intermediária, jornadas de 18 horas nos dias de troca de turno e desembarque, dificuldades de adaptação ao trabalho após cada ciclo de folgas longas