Segundo Tratado sobre o governo civil
Cap.O1 : Ensaio sobre a origem, limites e os fins verdadeiros do governo civil
CAPÍTULO I
Locke retoma as teses do filosofo Sir Robert Filmer, que defendia um governo com poder absoluto e autoritário, com bases divinas. Como havia exposto no primeiro tratado, Adão não tinha em qualquer hipótese ou por direito, ou por doação divina, a autoridade sobre seus filhos e sobre o mundo, e se o teve, isso é impossível de se estender até a atualidade, o que leva Locke à busca para descobrir outra origem para o poder politico e outra maneira de designar e conhecer o domínio e poder de determinados indivíduos sobre outros.
Assim, Locke define sobre o seu ponto de vista, o que é poder político, que seria o “direito de fazer leis com pena de morte e, consequentemente, todas as penalidades menores para regular e preservar a propriedade, e de empregar a força da comunidade na execução de tais leis e na defesa da comunidade de dano exterior; e tudo isso tendo em vista apenas o público”.
CAPÍTULO II – DO ESTADO DE NATUREZA
Para se entender o poder político e suas origens, Locke nos diz que devemos estudar como convivem os homens em seu estado de natureza, sem que ninguém mande em ninguém, ou obrigue, ou se subordine a ninguém. Existindo apenas um conjunto de relações, como nos explica ao citar Richard Hooker, defensor da igualdade natural dos homens: “... Se não posso me impedir de desejar que me façam o bem, se espero mesmo que todos ajam assim para comigo na medida dos desejos mais exigentes que um homem possa formular para si mesmo, como pretenderia obter satisfação, ainda que em parte, sem buscar por meu lado tentar satisfazer nos outros o mesmo desejo, por que eles compartilham sem dúvida da mesma fraqueza e da mesma natureza?...”
Pelo ponto de vista de Hooker, Locke nos afirma que no estado de natureza todos os homens são iguais e providos das mesmas faculdades, subordinados apenas a Deus. E ainda dentro desta