Segregação racial
Claramente, a palavra segregação não deixa dúvida quanto ao seu significado mais geral, quando pesquisamos no dicionário: separação; divisão a fim de evitar contato; isolamento. Ao trazermos essa palavra para uma discussão de cunho sociológico, é inevitável pensarmos nos desdobramentos negativos para a vida social, principalmente do ponto de vista das hostilidades e conflitos sociais gerados pela segregação em si. Podemos observar vários tipos de segregação ao longo da história, os quais foram (e ainda são em alguns casos) motivados pelos mais variados fatores.
Segundo Ely Chinoy, embora sejam muitas as circunstâncias que possam influenciar na estrutura das relações entre indivíduos de grupos raciais e étnicos diferentes, pelo menos três merecem destaque. O primeiro diz respeito ao tamanho e ao número dos grupos, o que é fundamental para pensarmos em minorias ou maiorias; o segundo ponto diz respeito às diferenças entre esses indivíduos no aspecto físico e também cultural; finalmente, o terceiro aspecto diz respeito à disputa por recursos e por melhores condições de sobrevivência entre tais grupos, sendo que as maiorias almejam, dentro da estrutura social, submeterem as minorias, para delas tirarem vantagem.
Se considerarmos o segundo aspecto apontado por Chinoy, nele se enquadra a segregação racial, a qual diz respeito às diferenças físicas e, até certo ponto, também culturais. Obviamente, os demais fatores como ser uma minoria e estar em constante competição por recursos também devem ser considerados. A segregação racial está embasada na intolerância gerada, muitas vezes, por uma visão etnocêntrica de uma maioria em detrimento de uma minoria em um mesmo território. O etnocentrismo vilipendia as formas de organização que se diferem daquela que se tem por referência, gerando os mais diversos preconceitos. Assim, a construção pelo senso comum de alguns estereótipos, isto é, da rotulação de determinados grupos, é, em certa medida, um meio no