Segregação cultural: festas de poucos, raizes de muitos
"Ó, minha cidade, Deixa-me viver, que eu quero aprender tua poesia: sol e maresia, lendas e mistérios, luar das serestas e o azul de teus dias
Quero ouvir à noite tambores do Congo gemendo e cantando dores e saudades
A evocar martírios lágrimas, açoites que floriram claros sóis da liberdade... "(Hino de São Luís)
São Luís, Atenas brasileira, patrimônio histórico da humanidade, esses são alguns dos títulos ostentados pela nossa cidade querida.
Conhecida mundialmente por nossa manifestação cultural e artística, São Luís entra em festas por todo mês de junho, quando se realiza o são joão ? acontecimento folclórico que resgata a tradição da cultura nordestina ? ou melhor dizendo, festa junina.
Em tal ocasião, recebemos visitantes de todos os lugares, sulistas, estrangeiros e até mesmo ludovicenses que da cidade somente conhecem suas festas e folclore. É mister ressaltar que não só recebemos, mas também nos colocamos na função de servos, subalternos, perdendo, desta forma, nossa própria dignidade, leia-se nossa equidade de valores.
Diante o exposto sentimo-nos na posição e obrigação de vos fazer a seguinte indagação: As primeiras estrofes do Hino de São Luís que alardeia "Ó, minha cidade, deixa-me viver, que eu quero aprender tua poesia:..." trata-se de um pedido para que nós, cidadãos ludovicenses, tenhamos a devida anuência para viver os encantos de nossa cidade?
Sinceramente, representando a visão da grande maioria da população, diga-se de passagem, os excluidos, cremos que sim.
A Prefeitura de São Luís na organização da festa junina, em um de seus arraiais, o da Praça Maria Aragão, criou um espaço destinado para nossos visitantes turistas, servindo-os a "pão de ló", ou seja, com todos os privilégios que nos faltam à mesa. Espaço este que obsta a inserção de seus próprios filhos ou pelo menos aos que a própria cidade trata de marginalizar.
A bem da verdade, essa conduta é veementemente contrária ao