Sedentarismo
Sedentarismo, exercício físico e doenças crônicas
Bruno GUALANO*
Taís TINUCCI*
*Escola de Educação Física e Esporte,
Universidade de São
Paulo.
A inatividade física é fortemente relacionada à incidência e severidade de um vasto número de doenças crônicas. Assim sendo, o exercício físico torna-se uma das ferramentas terapêuticas mais importantes na promoção de saúde e o profissional de Educação Física, o responsável por sua ampla disseminação.
Nesse artigo, discorremos sobre as seguintes questões: Qual o impacto - biológico e socioeconômico – da inatividade física na saúde dos indivíduos?; 2) Qual o impacto da inserção da atividade física vida dos indivíduos?; 3) Qual o papel da profissional de Educação Física na promoção de saúde e quais os desafios que a Educação Física, enquanto ciência (“lato sensu”) e profissão, deve enfrentar nas próximas décadas? Tendo como ponto de partida o papel da inatividade física sobre a etiologia das doenças crônicas, pretendemos revelar o imenso potencial do exercício físico como agente terapêutico.
UNITERMOS: Saúde; Atividade física; Inatividade física; Efeitos terapêuticos.
Introdução
A atividade física tem sido enaltecida e propagada há séculos como um potente fator de promoção à saúde. A
Sócrates, por exemplo, credita-se a seguinte afirmação:
“Na música, a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica, dá saúde ao corpo”. Tal ideia ganha respaldo no discurso do “pai da medicina”, Hipócrates: “O que é utilizado, desenvolve-se, o que não o é, desgasta-se... se houver alguma deficiência de alimento e exercício, o corpo adoecerá”. O filósofo Platão compartilhava da importância do exercício, considerando-o fundamental na manutenção do equilíbrio de corpo e mente (ou o espírito). Talvez sejam as célebres palavras do romano
Juvenal que melhor materializem esse conceito: “Mens sana in corpore sano” (“Mente sã em corpo são”).
Obviamente, as evidências que