Sede de saber
As crianças ao mesmo tempo tem um comportamento interessante e engraçado que está ligado à curiosidade intensa que elas manifestam, chegando ao momento em que sentem a necessidade de cada vez fazerem mais e mais perguntas, sem se preocupar se o ouvinte sabe ou não a resposta. Saint-Exuperý descreveu essa experiência no clássico “O Pequeno Príncipe”. Pelo o fato do Pequeno Príncipe ser uma criança que vivia fazendo perguntas, pouco se importando se o seu interlocutor estava interessado em respondê-las. Hoje somos forçados a ingressar na sociedade do conhecimento inundados pela tecnologia e a maior angústia, principalmente dos pais e educadores, é por não poderem saber responder a todas as perguntas. Parece que o uso das perguntas à curiosidade e à busca constante por respostas não é um fato só do mundo infantil. O grande filósofo Sócrates utilizava sua maiêutáca como estratégia para semear perguntas e fazer nascer profundos pensamentos e em alguns casos, a resolução de suas próprias dúvidas e problemas. A área de Saúde e Segurança do Trabalho teve um menino que se destacou por sua extrema curiosidade e a sede de saber, Bernardino Ramazzini. Ele nasceu no em 4 de outubro de 1633, em Carpi no norte da Itália. Iniciou seus estudos em uma escola jesuítica, e aos 19 anos, ingressou na universidade de Parma para completar sua formação em Filosofia e posteriormente se graduar em medicina. O que o diferenciava dos demais médicos era sua bondade, curiosidade, capacidade de reconhecer, compreender e também padecer com o sentimento e sofrimento dos outros. O despertar do seu interesse pelas doenças dos trabalhadores nasceu de sua própria experiência ao observar a lastimável condição de vida de um trabalhador que fazia a limpeza da fossa de sua casa. Conforme o professor Bernardo Bedrikow, “a imagem do limpador de fossas não mais abandonou o espírito curioso daquele médico”. A partir desse fato Ramazzini passou a utilizar uma singela