Sdadsad
Autores:
Carlos Batistella
Introdução
Terminada (porém nunca concluída) a nossa jornada pela história dos modelos explicativos de saúde e doença, realizada no primeiro artigo, creio ser apropriado um retorno ao esforço de sua conceituação.
Por envolver diferentes dimensões e aspectos constitutivos, torna-se bastante difícil uma definição de saúde. Ao contrário da doença, cuja explicação foi perseguida de modo incessante pelo homem, a saúde parece ter recebido pouca atenção de filósofos e cientistas. Lembrando que a dificuldade de definir a saúde é reconhecida desde a Grécia antiga (Coelho & Almeida Filho, 2003), e tendo como princípios epistemológicos a complexidade e a incerteza do conhecimento (Morin, 2001), não temos a pretensão de encontrar uma acepção única, mas sim de apresentar e confrontar diferentes olhares que se propõem à difícil tarefa de compreensão desse fenômeno.
Para tanto, este artigo está dividido em três seções: na primeira, seguindo as indicações metodológicas de Caponi (2003) e de Coelho e Almeida Filho (2003), discutiremos três formulações que têm servido de referência no debate desta questão: a) a saúde como ausência de doença; b) a saúde como bem-estar; c) a saúde como um valor social (o conceito ampliado). Na segunda seção, apresentaremos algumas vertentes conceituais que propõem a articulação dos determinantes e condicionantes à explicação dos fenômenos de saúde-doença. Ao final, buscaremos uma aproximação ao problema da operacionalização de um conceito amplo de saúde.
A Saúde como Ausência de Doença
A visão da saúde entendida como ausência de doença é largamente difundida no senso comum, mas não está restrita a esta dimensão do conhecimento. Pelo contrário, essa idéia não só é afirmada pela medicina, como tem orientado a grande maioria das pesquisas e da produção tecnológica em saúde, especialmente aquelas referentes aos avanços na área de diagnóstico. Para compreender as