Saúde
João Baptista Galvão Filho (1)Engenheiro Químico - FEI-SP. Sanitarista pela USP. M. Sc em Engenharia Ambiental pela Universidade de Cincinnati, Diretor Superintendente da ECP-Engenharia, consultoria e Planejamento Ambiental Ltda.
*Artigo Publicado pelo Jornal "O Estado de São Paulo" em 14/03/87
I. Introdução As causas que tornam famosa internacionalmente a cidade de Cubatão, localizada a 57 quilômetros da capital da capital e a apenas alguns minutos de um dos maiores portos da América do Sul, o Porto de Santos, infelizmente, então menos ligados à sua importância como centro gerador de empregos e riqueza mais à poluição. Muitas explicações já foram dadas para o fenômeno Cubatão. Entre os animais correntes e aceitas está a inadequação da área para dar guarida a um pólo de tamanhas dimensões e complexidade. São 23 complexos industriais, com 111 fábricas e mais de 300 fontes principais de poulição do ar, da água e do solo, localizados em uma estreita faixa de terra firme, circundada pelo mar e pelas escarpas da Serra do Mar. O ambiente físico, sua topografia e condições ambientais denunciam o erro da decisão, como também explicita o modelo de desenvolvimento adotado que, se não privilegiou o planejamento como instrumento para o crescimento também não adotou uma matriz de proteção ambiental que antecipasse e poupasse medidas eficazes para as alterações ecológicas que viriam a acontecer. Tudo em nome do desenvolvimento, aqui vivenciado muito mais como crescimento econômico. Por décadas, as implacáveis e constantes emissões líquidas e gasosas de industrias químicas, petroquímicas, emissões de uma gigantesca siderúrgica e de quase uma dezena de indústrias de fertilizantes - apenas para ficar nas mais importantes e significativas pelo seu potencial poluidor-, fizeram apenas confirmar que os recursos naturais se esgotam e são saturáveis. A contaminação ambiental levou à morte vários ecossistemas, as ações do ser humano transformaram a dinâmica da