Saúde
CETOACIDOSE DIABÉTICA*
(CID-10 = E 10.1)
Dr.Crésio Alves
Professor de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFBA
Instrutor do PALS (Pediatric Advanced Life Support Course)
Coordenador do Serviço de Endocrinologia Pediátrica do Hospital Roberto Santos, Salvador-BA
Chefe do Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas, Salvador-BA
*Texto atualizado em 28/04/2004.
DEFINIÇÃO
A cetoacidose diabética é definida como uma disfunção metabólica grave causada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina, associada ou não a uma maior atividade dos hormônios contra-reguladores (cortisol, catecolaminas, glucagon, hormônio do crescimento). A cetoacidose caracteriza-se clinicamente por desidratação, respiração acidótica e alteração do sensório; e laboratorialmente por:
- Hiperglicemia (glicemia > 250 mg/dl);
- Acidose metabólica (pH < 7,3 ou bicarbonato sérico < 15 mEq/l);
- Cetonemia (cetonas totais > 3 mmol/l) e cetonúria.
Alguns pacientes podem estar em cetoacidose e ter uma glicemia normal caso tenham usado insulina pouco tempo antes de virem para a Unidade de Emergência. Outros podem ter glicemia > 250 mg/dl e não estarem em cetoacidose caso não preencham os demais requisitos para o seu diagnóstico.
FATORES PRECIPITANTES
Os fatores que habitualmente precipitam um episódio de cetoacidose diabética são:
- Sub-insulinização por omissão, redução da dose ou má administração da insulina (mais comum em adolescentes);
- Processos infecciosos (mais comum em pré-púberes);
- Transgressão alimentar;
- Problemas psicológicos, econômicos e sociais;
- Vômitos repetidos;
- Estresse cirúrgico;
- Gravidez;
- Síndrome de Münchausen.
QUADRO CLÍNICO
A principio o paciente apresenta um quadro clínico semelhante ao inicio do diabetes com poliúra, polidipsia, polifagia, perda ponderal, astenia e desidratação leve. Com a maior elevação e maior duração da hiperglicemia, a polifagia é substituída