Saúde do trabalhador
A discussão sobre o conceito de saúde nos meios acadêmicos tem sido a tônica de muitos trabalhos e debates e longe estamos, nos dias atuais, de um consenso sobre o tema. Essa constante preocupação em torno do assunto se explica em parte pela sua importância, pois a saúde é tida “como valor universal, como parte do ideário universal, elemento constitutivo da humanidade e, portanto, um valor para todas as classes e acima das classes, algo a ser obtido por todos os habitantes do planeta. Como o interesse é geral e o assunto é de cada um, passa a saúde a ser também um componente fundamental da democracia e da cidadania. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. Essa definição, até avançada para a época em que foi realizada, é, no momento, irreal, ultrapassada e unilateral.
Dejours, após fazer a crítica do conceito de saúde emitido pela OMS, em 1948, diz que houve um desenvolvimento na área da saúde que corroborou para o crescimento da concepção de saúde nos últimos tempos e que este novo conhecimento está associado a três elementos: a fisiologia, a psicossomática e a psicopatologia. Quando aborda a fisiologia, o referido autor destaca que a saúde não é um estado de calma, conforto, ausência de movimento, bem estar e ociosidade, pelo contrário, ela se caracteriza pelo seu constante movimento.
Nesse sentido, se quisermos trabalhar pela saúde, devemos deixar os movimentos do corpo livres. Esses movimentos se referem a todo tipo de movimento, tanto externo como interno ao organismo e em todas as dimensões do indivíduo, quer sejam física, mental, social, espiritual e cultural. O segundo elemento trazido por
Dejours para ampliar a discussão sobre o conceito de saúde está relacionado com a psicossomática, onde o autor relaciona a doença física com aquilo que se passa a nível mental. Sobre isso afirma que a saúde 4