saúde do Brasil
SÉCULO XX
Na história brasileira, a questão social foi normalmente tratada como problema e classificada a partir de alguns critérios éticos e morais, mas sempre ligados à necessidade de permanência da ordem social. Podemos afirmar que a questão social da saúde se enquadra, na perspectiva histórica brasileira como injustiça social, porém tolerável, uma vez que não representava ameaça à ordem social.
República Velha (1889-1930)
O início do século XX foi marcado pela consolidação de um novo regime político e pela construção da hegemonia da burguesia cafeeira. Foi um período de diversificação econômica, de grande aumento das exportações, de uma intensa imigração européia, de urbanização e da influência sofrida pelas transformações tecnológicas e científicas. Essas transformações provocaram alguns problemas como, por exemplo, as epidemias que dizimavam grande número de vidas e estavam prejudicando a economia. O comércio estava sendo afetado, uma vez que diversos navios negavam-se a atracar em portos brasileiros para comprar café e trazer produtos industrializados dos países europeus e Estados Unidos. A imigração começou a diminuir, inclusive com indicações oficiais, por parte de países europeus, que seus membros evitassem vir para o Brasil. Esses problemas exigiram uma ação imediata que resultou na campanha de vacinação obrigatória e nos projetos de saneamento no Rio de Janeiro e no Porto de Santos.
A segunda década do século XX trouxe mais transformações: a abundância de mão-de-obra e a dificuldade de importação em função da Primeira Guerra Mundial. Isso impulsionou um processo de industrialização, ampliando a urbanização e ao mesmo tempo o desenvolvimento de uma classe operária que passa a exigir melhorias nas condições de trabalho. Eclodiram diversas greves em 1917, 1918 e 1919 que embora reprimidas, possibilitaram avanços nas conquistas de direitos. Uma dessas conquistas resultou na lei que