saúde coletiva
Luiz Odorico Monteiro de Andrade
Durante todo o período colonial, e mais precisamente até meados do século XIX, no
Brasil, os problemas de saúde e higiene ficavam sob responsabilidade das localidades. Elas tomavam medidas contra imundície das ruas e quintais. A assistência à população pobre e indigente ficava sob cuidados da iniciativa filantrópica de figuras de importância econômica e social, e de instituições beneficentes ligadas à Igreja Católica, como as Santas Casas de Misericórdia. A parcela restante da população buscava socorro dos médicos existentes, ou então de cirurgiões, barbeiros, sangradores, empíricos, curandeiros, parteiros e curiosos
(Costa, 1985).
Uma característica desse período foi o predomínio das chamadas doenças pestilenciais, notadamente varíola, febre-amarela, malária e tuberculose.
Predominava uma precária organização dos serviços de saúde, pois a sociedade colonial não se armou com medidas capazes de enfrentar o perigo da morbidade e da mortalidade (Machado, 1978).
Foi nesse período, entre o fim da Monarquia e o início da República Velha, que a sociedade brasileira iniciou a constituição do seu Estado moderno, marcado pelo predomínio dos grupos sociais vinculados à agroexportação cafeeira. Foi aí que se deu o nascimento da saúde pública no Brasil, o que representou profunda mudança nas práticas dominantes até então. Em relação ao saber médico-sanitário destacouse a adoção dos saberes fundamentados pela bacteriologia e pela microbiologia e o questionamento dos saberes tradicionais baseados na teoria dos miasmas (Merhy,
1992).
Garcia (1989) ressalta que este fenômeno foi comum não só ao Brasil mas a toda
América Latina, e que nele predominaram: “a) hegemonia do modelo etiológico baseado no controle dos insetos e animais vetores; b) concentração da investigação em instituições estatais; c) influência do modelo organizativo, do Instituto Pasteur, da França, para as