Saulo
Tradicionalmente, o modelo que dominou a análise das relações organização-ambiente restringia seu foco aos elementos do seu ambiente técnico. Foi denominado o “modelo de acionista”, nessa acepção, o ambiente é reduzido a ma força geral e externa, compreendendo um conjunto de pressões técnicas e econômicas com o qual a organização tem de lidar para se manter funcionando.
Segundo Bowdicht e Buono (1992), “uma organização é vista como uma porção de propriedade privada, possuída por aqueles que dela têm ações”. Tais proprietários elegem uma diretoria cuja responsabilidade é zelar pelos interesses dos donos. Assim, as relações entre a organização e as partes tomadas como significativas dos seus ambientes são caracterizadas como transações de mercado, sujo objetivo último é maximizar o lucro dos acionistas.
Outro modelo, este em oposição ao modelo de acionista, é o denominado dos “interessados” ou “stakeholders”. Por grupos de interessados entende-se qualquer grupo ou indivíduo que possa afetar ou ser afetado pela organização no âmbito de seus produtos, políticas e processos. Trata-se de um modelo ampliado que incorpora elementos do ambiente institucional. Subjacente a esse modelo, encontra-se o pressuposto de que uma organização deve estar a serviço de uma sociedade maior e não apenas do seu dono. Incorpora, portanto, a noção de responsabilidade social.
O modelo de interessados amplia significativamente a tarefa de se descrever e analisar as relações da organização com o seu ambiente e, de alguma forma, recupera a importante noção de que qualquer organização é uma unidade social e, como tal, encontra-se fortemente imbricada em uma complexa rede de influencias e trocas.
As dimensões de análise do ambiente organizacional
Duas principais dimensões apontadas pela literatura para análise do ambiente organizacional: estabilidade e complexidade.
Dinamismo: refere-se ao grau de estabilidade ou instabilidade, traduzindo-se no