Saude
Fisiopatologia da Nocicepção e da Supressão da Dor*
Physiopathology of Nociception and Pain Suppression
Manoel Jacobsen TEIXEIRA**
TEIXEIRA, M.J. Fisiopatologia da nocicepção e da supressão da dor. JBA, Curitiba, v.1, n.4, p.329-334, out./dez. 2001.
Dor é uma experiência vivenciada pela quase totalidade dos seres humanos. É por meio dela que a maioria das afecções se manifesta. Como sintoma ou doença, é freqüentemente objeto da procura pelo sistema de saúde. Da análise crítica de sua expressão é que, independentemente dos métodos complementares, o diagnóstico é estabelecido e as estratégias terapêuticas, visando ao seu controle ou à eliminação das condições causais, são implementadas. O comitê de taxionomia da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP 1986) conceitua a dor como “uma experiência sensorial , e emocional desagradável, que é decorrente ou descrita em termos de lesões teciduais”. Entretanto, muitas vezes manifesta-se mesmo na ausência de agressões teciduais vigentes, tal como ocorre em doentes com neuropatia periférica ou central e em certas afecções psicopatológicas (MOSSO & KRUGR, 1972). Em doentes com dor intensa ou prolongada ocorrem modificações anatômicas, eletrofisiológicas e neuroquímicas significativas das vias nervosas periféricas e dos núcleos e tratos implicados no processamento sensitivo. Há evidências de que estas modificações morfofuncionais estejam correlacionadas com a dor persistente (WAISBROD, 1984).
UNITERMOS: Fisiopatologia; Nocicepção; Dor.
Enquanto a dor por nocicepção, especialmente a aguda, é fundamental para a preservação da integridade do indivíduo, porque é um sintoma que alerta para a ocorrência de lesões no organismo, a dor crônica não tem este valor biológico e é uma importante causa de incapacidade (TEIXEIRA, 1990). A dor pode ser gerada por excesso de estímulos nociceptivos ou por hipoatividade do sistema supressor de dor, tal como ocorre em casos de dor por desaferentação.