saude
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Marco Antonio Moreira
Femanda Ostermann
Instituto de Física UFRGS
Porto Alegre RS
Resumo
Este é um artigo dirigido a professores de ciências, no qual procuramos, sobretudo, mostrar que o ensino do método científico como se fosse uma rígida seqüência de passos que começa com a observação e culmina em uma conclusão/descoberta é um erro didático e epistemológico.
I. Introdução
Principalmente no ensino de ciências nas séries iniciais é bastante comum os professores enfatizarem a aprendizagem do método cientifico. Mais importante do que aprender significados corretos de alguns conceitos científicos é aprender as etapas do método científico. As crianças são ensinadas a observar, medir, controlar variáveis, buscar relações entre elas e, finalmente, tirar conclusões sobre o fenômeno estudado a partir dos dados obtidos e das relações estabelecidas. Às vezes, chega a ser emocionante ver os pequenos fazendo experiências nas aulas de ciências, seguindo, adequadamente, o método cientifico e descobrindo coisas. Mas será que o método científico é, de fato, esta seqüência linear, indutiva, de passos que está sendo transmitida, dessa maneira, às crianças?
Fora da escola, o método científico também é visto como uma maneira segura de se chegar a resultados, a descobertas. Há um grande respeito pela metodologia científica. O que é provado cientificamente tem credibilidade. O método cientifico é interpretado como um procedimento definido, testado,confiável, para se chegar ao conhecimento cientifico: consiste em compilar fatos através de observação e experimentação cuidadosas e em derivar, posteriormente, leis e teorias a partir destes fatos mediante algum processo lógico. Trabalhar cientificamente é seguir cuidadosamente, disciplinarmente, o método cientifico. Mas será que existe mesmo esta seqüência tão bem definida de etapas que parece caracterizar a visão leiga de método científico?
Nosso argumento neste