SAUDE E MEDICINA DO TRABALHO
Enquanto especialidade médica, a medicina do trabalho surgiu na Inglaterra, na primeira metade do século XIX, com a Revolução Industrial. A exigência sobre os trabalhadores, o consumo da força de trabalho, resultante da submissão deles a um processo acelerado e desumano de produção, exigiu uma intervenção, sob pena de tomar inviável a sobrevivência e reprodução do próprio processo. Após analisar as condições de seus funcionários, Robert Dernham, proprietário de uma fábrica têxtil, convocou seu médico particular, o Dr. Robert Baker, para criar uma forma de análise da saúde de toda sua equipe. Baker sugeriu que houvesse um médico dentro da empresa, para que todos que ali trabalhassem pudessem ser avaliados fisicamente. Com a oportunidade em vista, Dr. Baker tornou-se o médico da fábrica. Em 1930, seus préstimos deram resultado e logo serviços semelhantes àqueles foram criados em outras empresas e fábricas ao redor do mundo. O efeito causado pela criação de tal habilitação transformou-se na Recomendação 112/45, e segundo ela, a expressão “serviço de medicina do trabalho” designa um serviço organizado nos locais de trabalho ou das condições em que esse se efetue:
- Assegurar a proteção dos trabalhadores contra todo o risco que prejudique a sua saúde e que possa resultar de seu trabalho ou das condições em que esse se efetue;
- Contribuir à adaptação física e mental dos trabalhadores, em particular pela adequação do trabalho e pela sua colocação em lugares de trabalho correspondentes às suas aptidões;
- Contribuir ao estabelecimento e manutenção do nível mais elevado possível do bem-estar físico e mental dos trabalhadores. Baseados nessas conceituações, outras características da medicina do trabalho podem ser vistas, como: - A medicina do trabalho constitui fundamentalmente uma atividade médica, e o “locus” de sua prática dá-se tipicamente nos locais de trabalho;
- Faz parte de sua razão de ser a