saude e cidadania
Cirurgião dentista; professor titular do Departamento de Saúde Coletiva; coordenador do Núcleo de Estudos e
Pesquisas em Bioética da Universidade de Brasília - UnB; Pós-doutorando em Bioética pela Universidade de
Roma; vice-presidente da Sociedade Brasileira de Bioética; editor associado da revista Bioética - Conselho
Federal de Medicina
Considerando a dinâmica observada pela conceitualização da bioética desde seu nascimento, o autor propõe classificá-la em duas vertentes: bioética das situações persistentes e bioética das situações emergentes. A partir deste referencial teórico, introduz e discute as seguintes questões:
1. A ética da responsabilidade - científica e social -, que inclui a questão da radicalidade ética, recordando que o problema central da bioética não é o do "limite ético", mas aquele das razões que justificam um dado juízo moral; 2. Os limites da manipulação da vida, compreendendo estes
"limites" de forma conceitual como "estimular o desenvolvimento da ciência dentro das fronteiras humanas" e desestimulá-la quando esta passa a avançar na direção de limites desumanos";
3. Pluralidade, tolerância, responsabilidade e justiça, entendendo que a partir do acelerado desenvolvimento da ciência a questão dos "limites" não pode mais ser vista sob o ângulo exclusivamente biotecnocientífico, mas a partir da sua fundamentação ética; a barreira técnica e científica está praticamente superada: o limite, hoje, deve ser estabelecido pela ética: o "fazer tudo o que PODE ser feito" é substituído pelo "fazer tudo aquilo que DEVA ser feito".
Finalizando, enfatiza o desafio, para a bioética contemporânea, de equilibrar a
"linguagem dos princípios" com a "linguagem das virtudes".
UNITERMOS - Ética da responsabilidade, situações "persistentes" e "emergentes", "limites" da ciência, pluralidade, tolerância, cidadania
A retomada da preocupação mundial com as questões morais nos anos 60 movimentou três setores essenciais: a) a ética dos