Saude publica na epoca do brasil colonia
SAÚDE PUBLICA NA ÉPOCA DO BRASIL COLONIA
"A paradisíaca visão inicial dos europeus sobre os trópicos, explicitada por Sérgio Buarque de Holanda em Visão do Paraíso, logo sucumbiu à dura realidade do dia-a-dia, e os colonizadores não demoraram a perceber isso. Havia o calor e a distância dos grandes centros comerciais. Isso dificultava, por exemplo,a aquisição de bens de consumo, já que o transporte marítimo era irregular e descontínuo. Produtos simples, que facilitassem a vida ou proporcionassem pequenos prazeres, como roupas, sapatos, farinha de trigo e vinhos, estavam praticamente fora de alcance. Além disso, mal as aglomerações urbanas começaram a surgir,tiveram que enfrentar os primeiros surtos de doenças contagiosas.
Diante do desconforto, da difícil adaptação ao clima e do aparecimento de epidemias que arrasavam a população, a salubridade das paragens brasileiras começou a ser duramente questionada. Os viajantes e jesuítas que propagavam a ideia dos “bons ares”da nova terra e recomendavam aos doentes de além-mar que atravessassem o Atlântico para aqui se tratarem foram desacreditados. Com o passar dos anos, poucos concordavam com as recomendações do padre Anchieta, que afirmava ter sido curado de uma séria enfermidade pelos bons ares e pelo clima ameno da nova terra. O dia a dia mostrava-se diferente. Não sabiam os colonizadores e seus descendentes que eram eles próprios os responsáveis por muitas das doenças que os assolavam, como tuberculose, sarampo e varíola.
A pequena população urbana brasileira vivia em vilas e cidades acanhadas. As moradias serviam apenas como abrigo contra as intempéries, em local defensável contra uma possível invasão inimiga – índios, piratas, franceses, ingleses ou holandeses. No início, os espaços urbanos localizavam-se perto da costa e possivelmente não abrigavam mais de 40 colonos – o número de famílias era