A doença mental encontra-se nas angustias da sociedade desde a Pré-História. O enigma presente nas ideias de seus portadores é tão grande, tão incomodo para a maioria das pessoas, que desafia a lógica do pensamento racional por muitos séculos. Por ser diferente, o peso do escárnio, da zombaria e da marginalização, pesava nos ombros desses portadores de transtorno mental. Durante muito tempo, os loucos foram estigmatizados, eram repreendidos por toda a sociedade e acabavam sendo marginalizados, isolados da sociedade, considerando-os como um fenômeno sobrenatural, obra do demônio ou algum capricho de um ser divino. Faziam companhia aos inválidos, mendigos e portadores de doenças graves. Não existiam procedimentos ou espaços destinados a essas pessoas, atribuindo-se como um problema familiar e não social. Foi já na Idade Contemporânea que dispensaram as algemas e os loucos eram considerados como parte da sociedade e alvo de caridade. Mas a imposição da ordem social, aproveitando-se dos atos e comportamentos dos doentes mentais, fez surgir os manicômios, que incluíam em seus tratamentos, medidas físicas como duchas, banhos frios, chicotadas e maquinas giratória. Depois de muito tempo de sofrimento, que na Itália, em 1961 foram dados os primeiros passos do modelo antimanicomial, país precursor da reforma psiquiátrica. A Reforma Psiquiátrica no Brasil iniciou a partir de 1978, com as politicas de Saúde Mental, galgados na crítica do modelo hospitalocêntrico. Identificado como o início efetivo do movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país. Mas, somente após a criação do SUS, já em 1992, que surgiram as primeiras leis que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental, conhecido como Rede Extra-Hospitalar. É a partir deste período que a política do Ministério da Saúde para a saúde mental, acompanhando as diretrizes em construção da Reforma Psiquiátrica, começa a