Saude do Idoso
É claro, a própria estruturação da sociedade induz a isso (TOWNSEND, 1980): há a imposição (e aceitação) de aposentadorias precoces, a legitimação de baixas rendas, a negação do direito à autodeterminação em instituições, assim como a construção de serviços de apoio e cuidado supondo idosos (as) completamente passivos (as). Todos esses fatores contribuem para negar às pessoas idosas possibilidades de desenvolverem interações sociais em condições de autonomia e igualdade, diminuindo suas possibilidades de desenvolverem uma vida social dinâmica, afetando, assim, sua saúde. Pelo lado das Ciências Sociais, as explicações sobre o envelhecimento do indivíduo na sociedade se inspiram, em geral, em enfoques neoclássicos em economia e em tradições funcionalistas em sociologia (TIBBITTS, 1960; ATCHLEY; SELTZER, 1976; STEARNS, 1977; CLARK; SPENGLER, 1980), orientando políticas públicas de cunho liberal. Essas abordagens não se preocupam em compreender os elementos que restringem as oportunidades de vida para idosos. Em vez disso, dirigem sua atenção, principalmente, à questão de como adaptá-los à estrutura social, o que, em última instância, contribui para legitimar o estado de coisas existente. Pelo lado da medicina, o discurso médico e paramédico, que orienta os cuidados gerontológicos e geriátricos aos idosos, mantém a dominância de uma linguagem técnica e especializada que nem sempre oferece a possibilidade de apreensão crítica do contexto social (WAITZKIN,