SAUDE BUCAL NA ESCOLA
(*)
(**)
Paulo Frazão
Paulo Capel Narvai (**)
1. INTRODUÇÃO
A cárie dentária é um problema de saúde pública que atinge praticamente toda a população brasileira. Dados publicados (Ministério da Saúde, 1986) indicam que aos 12 anos, mais de 6 dentes, em média, estão atingidos pela doença. A
Organização Mundial da Saúde considera como "aceitável" até 3 dentes atacados por cárie nesta idade.
O aumento dramático da cárie dentária, segundo estudos epidemiológicos
(Moore & Corbett, 1976; Mayhall, 1975), deve-se ao processo de urbanização e industrialização das sociedades e a conseqüente transformação dos modos de vida e trabalho, das práticas alimentares, dentre outros aspectos.
No Brasil, a prática odontológica predominante ainda concentra a maioria de suas ações no campo da assistência individual, isto é, na oferta de procedimentos cirúrgico-restauradores, com base em instrumentos da clínica odontológica.
As poucas ações de promoção da saúde bucal são desenvolvidas quase que exclusivamente pelo Poder Público. Apesar da comprovada eficácia e do baixo custo dos métodos preventivos quando desenvolvidos através de ações coletivas e programáticas, pouca ênfase têm sido dada, mesmo pelo Poder Público, à continuidade e extensão da cobertura dessas ações. Além disso, poucos programas com a necessária base epidemiológica vêm sendo desenvolvidos.
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(*) Elaborado em janeiro de 1996 para a disciplina HSP-281/Odontologia Preventiva e
Saúde Pública ministrada aos alunos do Curso de Odontologia da Universidade de São Paulo.
(**) Professores do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de
Saúde Pública, Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 715 - CEP 01246904 - São Paulo, SP. Tel: 011-3066-7782 - Fax: 011-883-3501.
As razões desta realidade, estão relacionadas, dentre outras causas, à formação e capacitação dos recursos humanos que tem sido direcionada mais para as