Sartre e o holocausto das palavras
Jean-Paul Sartre
Se nomear o real, segundo Sartre, é cobri-lo, velá-lo com familiaridades, podemos entender por extensão, que a letra da terra ou letra morta, segundo meu entendimento, é a letra do engano, posto que se vela com familiaridades, esconde, transmuta o real, mascara o embrião do sentido sem mostrar sua realidade. Isto evidenciado e logicamente podemos assumir que a presença e uso das fábulas e apólogos, passa a significar a máscara da máscara.
O espanto do não saber, poderá ser complementado pelo espanto de desconhecer o sentido oculto das palavras arrebanhadas para a necessidade deste holocausto, que se forem mortas permitirão espaço para “vivas palavras”, que substituirão a quietude opaca do limitado saber, pelo brilho retumbante dos significados ocultos que emergem como num passe de mágica, em decorrência dos “véus rasgados” evidentemente.
O segredo das palavras não está naquilo que falam, mas está naquilo que ocultam, pois palavras são expressas não apenas por sons, mas por figuras, imagens, sinais, letras e pontos que ocultam o sentido que por não ser aparente não quer dizer que não seja.
Tenho a ousadia de usar Sartre para afirmar que a Letra Viva é o nome das palavras sem sons, sem imagens associadas à qualquer forma de escrita “mundo” , Letra Viva simplesmente é o entendimento empregado “por deuses” que se utilizam de familiaridades humanas para expressarem através de “inspiração” tudo aquilo que as palavras mundo não conseguem dizer, e neste vazio desta quietude opaca, empregam-se misticismos e fanatismos para justificarem o não entendimento daquilo que é mas que não se mostra com palavras mundo.
Não poderia deixar de reproduzir um texto publicado em 2 Coríntios 3:6
“Ele nos fez também