Sartori
O autor distingue quatro tipos de decisão:
a) Decisões individuais: são tomadas por cada indivíduo isoladamente, independente de sua decisão se referir a si próprio ou ao mundo exterior.
b) Decisões grupais: implica que as decisões são tomadas por um grupo concreto, isto é, indivíduos que interagem face a face e participam de forma significativa na tomada dessas decisões.
c) Decisões coletivas: não são passíveis de uma definição precisa; em geral são decisões tomadas por “muitos”.
d) Decisões coletivizadas: são decisões que se aplicam e são impostas a uma coletividade independentemente de serem tomadas por uma pessoa, por algumas ou pela maioria. O critério de definição não é mais quem toma as decisões, mas seu alcance: seja quem for que tome as decisões, decide por todos.
Conforme o autor, a noção de decisões coletivizadas permite afirmar que a política consiste em decisões coletivizadas. No nível macro, pode-se afirmar que as políticas consistem, em última instância, em decisões (decisões tomadas) que se encontram fora da competência de cada indivíduo como tal e são tomadas por alguém para outrem. Quem decide só decide por todos no sentido de que suas decisões recaem sobre todos. (P. 287)
Embora todas as decisões de natureza política sejam decisões coletivizadas, nem todas as decisões coletivizadas são políticas.
As decisões coletivizadas são políticas no sentido de serem:
a) Soberanas: no sentido de poderem se sobrepor a qualquer outro poder;
b) Inescapáveis: porque se estendem até as fronteiras que definem territorialmente a cidadania;
c) Sancionáveis: no sentido de serem sustentadas pelo monopólio legal da força.
Conforme o autor, toda coletividade organizada submete-se a regras de coletivização ao menos no sentido de aceitar as decisões coletivizadas – sendo essa a condição da organização.
8.2 Riscos externos e custos decisórios
A partir dos questionamentos: “quando é