Santo de casa não faz milagre
3. SANTO DE CASA NÃO FAZ MILAGRE
Condicionantes nacionais e implicações organizacionais da fixação brasileira pela figura do “estrangeiro”
3.1. O “ESTRANGEIRO” E O IMAGINÁRIO BRASILEIRO: UM ARQUÉTIPO TUPINIQUIM?
Nossa tendência ao estrangeiro não é exclusividade brasileira, em várias colônias latino-americanas e em outros países periféricos também possuem essa tendência. Para todos os modos em cada sociedade houve uma forma diferente de reação a cada influência. De vários malefícios que a “onda” do estrangeirismo afetou o Brasil, de outro ponto de vista proporcionou uma abertura à entrada de novas ideologias externas.
Sempre adaptando nosso estrangeiro referencial, tanto para o lado econômico quanto para o lado político, enfim, quando sentíamos a necessidade. O tabu de que tudo que vem de fora é bom e melhor nos deixa marcas fortes, principalmente no estudo organizacional, devido às importações indevidas de modelos de culturas diferentes.
Essa fixação pelo que vem de fora pode ser um complexo de inferioridade, uma necessidade de ter sempre alguém para guiar, pois sem esse guia não conseguiríamos chegar lá. Esse complexo de inferioridade podemos dizer ser fruto de um longo processo ancestral de movimentos constantes culturais que provocaram essa “deficiência” em nosso povo.
3.2. RAÍZES NACIONAIS DA FIXAÇÃO BRASILEIRA COM O ESTRANGEIRO
Em nossas raízes históricas até de certa forma pulando a miscigenação e trocas cosmopolitas que Portugal sofreu ao longo dos anos, podemos começar pelo processo de colonização, que por padrão da época Portugal seria como um centro de referência cultural para todo o Brasil, essa dependência cultural se acentuou com a chegada da família real. Passados alguns anos, no período de industrialização,
Inglaterra e depois a França chegam com força total de forma amigável incentivando tanto o consumo de seus produtos como também abrindo os portos de sua cultura, que deu bons resultados e se alastrou