Cultura, não é aprendida... Cultura você Depois de haver terminado seus primeiros estudos em Tagasta, sua cidade natal (hoje Suk-Ahras, a cerca de cem quilômetros de Annaba), Agostinho foi a Madauro, depois a Cartago, para estudar Letras e retórica, que mais tarde ensinaria. Sua mãe, Mônica, inculcara-lhe desde cedo o amor a Cristo, mas ele não era batizado, conhecia mal as doutrinas cristãs e as desordens de uma juventude conturbada não o haviam levado a se instruir melhor. Em 373, no meio dos prazeres de Cartago, leu um diálogo de Cícero hoje perdido, o Hortênsias. Essa leitura inflamou-o com um vivo amor pela sabedoria. Ora, nesse mesmo ano, ele conheceu uns maniqueístas, que se gabavam de ensinar uma explicação puramente racional do mundo, de justificar a existência do mal e de conduzir finalmente seus discípulos à fé unicamente por meio da razão. Agostinho acreditou por algum tempo que era essa a sabedoria que ele cobiçava. Foi, portanto, como maniqueísta e inimigo do cristianismo que voltou para ensinar Letras em Tagasta e que retornou em seguida a Cartago, onde compôs seu primeiro tratado, hoje perdido, De pulchro et apto. Entrementes, suas convicções maniqueístas haviam sido abaladas. As explicações racionais que não cessavam de lhe prometer ainda não haviam aparecido, e ele via bem que nunca apareceriam. Portanto, saiu da seita e foi para Roma, em 383, a fim de ensinar retórica. No ano seguinte, a intervenção do prefeito de Roma, Símaco, permitiu-lhe obter a cátedra municipal de Milão. Visitou o bispo da cidade, Ambrósio, cujas pregações seguiu, nelas descobrindo a existência do sentido espiritual escondido sob o sentido literal da Escritura. No entanto, sua alma permanecia disponível. Como bom discípulo de Cícero, ele professava então um “academismo” moderado, duvidando de quase tudo, mas sofrendo dessa falta de certezas. Foi então que leu alguns escritos neoplatônicos, notadamente uma parte das Enéadas de Plotino na tradução de Mário Vitorino. Foi seu