Santo Agostinho
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
LINHA DE PESQUISA: DIREITO, CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO
INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO POLÍTICO: DAS ORIGENS AO DEBATE ATUAL
ESTADO, DEMOCRACIA E CIDADANIA
DEJALMA CREMONESE
6. O PENSAMENTO POLÍTICO DA IDADE MÉDIA
Tanto na teoria política romana - como na de Cícero, ainda na Antigüidade -, quanto na teoria política medieval, é mantida a preocupação normativa que prevalece no pensamento grego. Nesse sentido, também na Idade Média se busca definir as virtudes do rei justo e bom. A Idade Média tem como característica fundamental a predominância do pensamento religioso. Como conseqüência, as teorias políticas enfatizam a supremacia do poder espiritual sobre o poder temporal e toda ação se acha atrelada à ordem moral cristã. Por exemplo, Santo Agostinho, no final do Império Romano, já afirmava que todo o poder vem de Deus.
A interferência da Igreja nos assuntos políticos provocou diversos atritos entre papas e imperadores, determinando a formação de facções opostas entre aqueles que defendiam o poder do papa e os defensores da autonomia do imperador.
Mais tarde, porém, houve a ruptura. Nomes como Dante Alighieri (1265-1321), Marsílio de Pádua (1280-1341) e Guilherme de Occam contribuem para o rompimento com o pensamento político medieval. Alighieri autor do clássico A Divina Comédia, também escreveu um livro sobre política no qual defendeu a autonomia do poder temporal. Mais radical ainda é Marsílio de Pádua (1280-1341), que acentuou novos valores desligados da tutela religiosa e fundados na vontade do povo. Nas palavras de Prélot (1973, Livro III, p.13), Marsílio era um inimigo irreconciliável da hegemonia sacerdotal – precursor da liberdade de pensamento e da democracia moderna. Teria sido, segundo certos autores, o primeiro a “libertar a sociedade laica da pressão do clero”.
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