Santa Escrita
Pensa bem como somos um povo imitativo no que concerne em escrever¹ nossa Língua: Lá na China se consegue fazer escrever do mesmo jeitinho mais de 1 bilhão de pessoas que falam línguas ou dialetos diferentes, aqui criam-se distorções grotescas pelo despreparo dos cartorários, pela veleidade de alguns pais e até por políticos que tentam reinventar nossa escrita portuguesa, que faz a gente e a mídia passarmos a escrever uma palavra que todo mundo aprendeu na escola de um jeito, a escrever de outro. Tenha dó, né!
Estamos carecas de saber que a nossa língua compreende em seu corpo diferenças regionais, individuais e de nível social e profissional, entre tantas outras. Afinal de contas, tal coisa, além de típica da espontaneidade da comunicação, é também fato totalmente desejável, porque a grandeza das línguas se mostra e comprova, entre outros elementos co-ocorrentes, no somatório de suas variantes. E, convenhamos, a Língua Portuguesa da gente é linda pra chuchu! Pois ainda que carreguemos nossas peculiaridades dialetais, somos compreendidos em qualquer parte desse Brasil varonil por qualquer falante nativo – (esqueçamos alguns indígenas que esses são assunto de outro texto!)
Entretanto, para que a transcrição de um idioma se efetive em sua atribuição primária de comunicar mensagens entre todos, é fundamental que os leitores reconheçam em cada uma de suas formas escritas determinada palavra e apenas aquela.
Há uma norma estabelecida para que a escrita seja unificada dentro de uma língua que se chama Ortografia. É ela que faz com que um gaúcho, um mineiro e um baiano, por exemplo, falem diferente, mas escrevam de uma única forma (tomemos por exemplo, respectivamente, a palavra MENINO, pronunciadas como: mêninó, minin’, méninu). O importante na escrita é que haja intercomunicação entre os falantes, ou seja, que locutor e interlocutor se compreendam.
Claro que há algumas atipicidades em que se consentem duas ou mais grafias para um