Sangue da Avó Manchando a Alcatifa
A minha tarefa é apresentar o espaço físico, social e psicológico do conto «Sangue da Avó Manchando a Alcatifa» de Mia Couto. O autor, António Emílio Leite Couto, nasceu em 1955 na cidade da Beira em Moçambique, é atualmente escritor e biólogo. Em grande parte da sua obra literária reflete sobre Moçambique e o seu povo, assim como neste conto.
Quanto ao espaço físico, a Avó Carolina, a personagem principal, muda-se de uma aldeia no interior de Moçambique para Maputo (a capital) para a casa dos seus familiares, uma casa luxuosa, rica e abastada com «Alcatifas, mármores, carros e uísques» e mais tarde regressa à sua aldeia de origem.
Em relação ao espaço social, a ação passa-se num país acabado de sair de uma guerra colonial onde conseguiu a sua independência, no entanto apenas beneficiou uma pequena minoria, como a família da Avó que vivia uma vida de luxos e modernices trazidas pela cultura ocidental, e desvalorizava os costumes e tradições do seu país prezados pela Avó. Pelo contrário, o resto do povo continuava na miséria sendo evidentes as desigualdades sociais e económicas, incoerente com a ideia da avó daquilo que se deveria ter tornado a sociedade pós-guerra.
Quanto ao espaço psicológico, o autor foca apenas os pensamentos da avó Carolina que sente uma grande injustiça e uma certa tristeza pela situação de desigualdade que presencia, a perda dos valores tradicionais em detrimento da cultura ocidental. Um dia, quando decide sair de casa e visitar a cidade com as roupas bonitas oferecidas pelos filhos, depara-se com crianças a viver na pobreza e a mendigar. Ao regressar a casa troca as roupas caras pelas tradicionais capulanas como forma de negação em aceitar os novos costumes.
A forma que a Avó arranjou para reagir contra todas as injustiças que via à sua volta foi partindo o televisor da casa, que ela via como responsável por aquela situação, com a sua bengala, enquanto transmitia uma reportagem de guerra. Ao apanhar