Salomon Reinach and the religious interpretation of Paleolithic art

Salomon Reinach and the religious interpretation of Paleolithic art , Eduardo Palacio-Perez

No artigo Salomon Reinach e a interpretação religiosa da arte Paleolítica, de Eduardo Palacio-Perez, a questão primordial é a origem das crenças religiosas e as suas primeiras expressões. Assim sendo, o autor apresenta os movimentos intelectuais do século XIX e XX que tiveram na origem da ideia de religião na arte rupestre do Paleolitico Superior, neste contexto destaca o helenista francês Salomon Reinach, como um dos principais impulsionadores desta ideia.
Salientando a ideia de que os séculos XIX e XX, foram marcados por perspetivas muito distintas relativamente à arte primitiva, e que a transição da ideia de uma arte lúdica a uma arte mágica e simbólica expressa de diferentes formas por diferentes estudiosos, Eduardo Perez alude ao renovado interesse pelo caso de Altamira, ‘’relembrado’’ pela arte parietal encontrada na França nos finais do século XIX e inícios do XX, originando a procura de novas respostas para o significado da arte ali encontrada, e um debate para as explicações mágico-religiosas, baseadas na comparação com os grupos de caçadores-recolectores contemporâneos.
Mais tarde, estudos sublinharam que esta nova interpretação da arte do Período Magdaleniano (Altamira) foi a consequência de uma mudança de mentalidades dos investigadores.
Inicialmente, os caçadores-recolectores foram vistos como uma versão simplista da evolução, negando-lhes qualquer complexidade simbólica e intelectual, admitindo a possibilidade de atribuir a arte de Altamira e de outra arte rupestre a sociedades selvagens. No século XX, muitos estudiosos, deduziram a impossibilidade de qualquer pensamento religioso na sociedade primitiva. Entre eles destaca-se o anticlericalista Gabriel de Mortillet (1883), que toda a sua vida acreditou e impôs a ideia de que as ideias religiosas só fizeram parte do universo do Homem a partir do período em que as praticas religiosas foram encontradas,