salman khan
ENTREVISTA DA 2ª - SALMAN KHAN
Um bom professor deve ser, na verdade, um ótimo guia
Para matemático que criou videoaulas usadas no mundo todo, docente deve fazer aluno aprender por si só
SABINE RIGHETTIDE SÃO PAULO
O matemático norte-americano Salman Khan não baseia suas aulas em nenhum teórico da educação como Jean Piaget. Mesmo assim, consegue uma proeza: prender a atenção dos alunos -- e são milhões de alunos.
Criador do Khan Academy, plataforma de estudos na internet que direciona os estudos dos usuários a partir de exercícios básicos, ele defende que o conhecimento não deve estar em caixinhas.
Ou seja: quem gosta de matemática pode, sim, ter aptidão para letras ou história.
E pode aprender as áreas do conhecimento juntas.
"O processo de aprendizagem é um só", diz o especialista que acaba de lançar no Brasil a tradução do livro "Um Mundo, uma Escola" (Editora Intrínseca, R$ 29,90).
Também acaba de chegar ao Brasil a própria Khan Academy. A Fundação Lemann lançou neste mês a versão em português do material (http://pt.khanacademy.org).
Isso inclui 100 mil exercícios de matemática e mil videoaulas de várias áreas do conhecimento --o que corresponde a 20% do total de vídeos em inglês.
Abaixo, a entrevista exclusiva para a Folha, concedida por meio do Skype.
Folha - Como surgiu a ideia de colocar aulas na internet?
Salman Khan - Uma sobrinha minha de 12 anos começou a ter problemas em matemática na escola e eu ofereci ajuda. Isso foi em 2004. Eu morava em Boston, e ela morava em Nova Orleans. Então, começamos a falar por telefone e pela internet. O processo ajudou, e o aprendizado dela em sala foi se acelerando. Depois eu comecei a trabalhar em ferramentas para ajudá-la. A Khan Academy surgiu de uma tentativa de simplesmente ajudar meus sobrinhos na escola. Comecei com ela, depois passei a ajudar os irmãos dela.
Em 2005 registrei o domínio do Khan Academy na internet, passei a postar os vídeos com as aulas,