Salazarismo
A Igreja e o Estado Novo, temendo que o comunismo que vigorava em alguns países europeus alastrasse para o nosso país, aliaram forças na defesa de uma ideologia conservadora e marcadamente católica. O grande defensor dos ideais salazaristas na Igreja foi o então nomeado Cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira.
O cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira (1888 – 1977) esteve à frente da Igreja Católica em Portugal durante todo o período da ditadura salazarista. Tornou-se cardeal-patriarca de Lisboa e conduziu a igreja para uma fase de estabilidade e de grande influência, depois dos muitos sobressaltos vividos durante a 1ª República. Cerejeira e Salazar mantiveram a separação Igreja - Estado, embora com uma ligação umbilical maior. Evidentemente que o relacionamento entre a Igreja Católica e o regime salazarista é fortíssimo. Cerejeira sabia que era através do apoio ao regime que podia conquistar mais benesses e o regime também sabia que a Igreja lhe podia ser muito útil a todos os níveis: no que respeita ao corporativismo, para eliminar a luta de classes, na questão anti-comunista e na questão dos missionários.
Cerejeira lutou sempre para que fosse assinada uma Concordata entre o Estado e a Igreja Católica. Houve um processo extraordinariamente longo, entre 37 e 40, de discussão sobre o Acordo Missionário e a Concordata, assinada em 1940. É verdade que o regime deu muito à Igreja, mas Cerejeira pensava que poderia ter beneficiado muito mais. Disse, em vários momentos, que o Vaticano entendia ter feito demasiadas concessões ao Estado Português e que este não tinha compensado da forma como o Vaticano esperaria. O Estado comprometeu-se a apoiar as missões. Cerejeira defendeu sempre o esforço da guerra colonial, sendo por isso criticado pela Oposição ao regime. Este Cardeal foi representado na obra de Luís de Sttau Monteiro em “Felizmente há Luar!” como o Principal Sousa em que este tem as mesmas ideias que Cardeal em relação ao