Salazar
Quando a organização corporativa tenha sobre si o ordenamento da economia nacional e este seja auxiliado por uma certa estabilização das condições económicas no Mundo; quando por toda a parte hajam desaparecido as restrições, a concorrência desleal, as variações monetárias intencionais e tendenciosas; quando no interior do País a economia estiver entregue aos que trabalham e se distinguir claramente entre o trabalho e a especulação; quando sobre os interesses da produção discutirem, lado a lado, os grandes e os pequenos produtores e a massa operária organizada puder fazer ouvir a sua voz, então ver-se-á que o plutocrata não tem já lugar para si e para os seus negócios e não poderá fazer mais que gastar melhor ou pior o seu dinheiro. A organização nos seus diferentes ramos e aspectos terá libertado o trabalho do despotismo do dinheiro, e terá levado o dinheiro a servir modestamente o trabalho.
A quem haja meditado os princípios fundamentais da Constituição Política e das nossas leis corporativas e haja seguido a sua realização gradual; a quem tenha atentado na orientação da política económica, mantendo-se a todo o transe princípios de liberdade, quando vários países cada vez se fecham mais em exaltados nacionalismos e mais atentados praticam contra a liberdade alheia; a quem tenha apreendido com rigor os princípios que se puseram em prática ao organizar certos ramos da produção — a Federação dos Produtores de Trigo, o Consórcio das Conservas, a Casa do Douro, os grémios de exportadores de vinhos, a Comissão Reguladora do Comércio e Importação de Arroz, para