Salazar e a revolução nacional
Ana Isabel Lopes Mota |
Salazar e a “Revolução Nacional” (1926-1945)
A Política Portuguesa entre os anos 1933-1974 ficou conhecida pelo Estado Novo, política essa que foi chefiada por António Oliveira de Salazar. Ministro das Finanças pela primeira vez em 1926, Salazar enfrentou diversos problemas financeiros que ponham em risco a economia Portuguesa. Com um défice altíssimo e depois do fracasso do empréstimo externo que o anterior ministro das finanças apostou para resolver as dificuldades, Portugal mergulhou num autêntico desespero financeiro que apenas poderia ser resolvido com a ajuda de Salazar. Assim sendo, depois de mostrar a sua habilidade para manter o equilíbrio financeiro, depois de mostrar ser capaz de jogar com um complexo xadrez político e depois de se mostrar irreverente perante um passado republicano e liberal, Salazar mostra ser capaz de formar um governo “nacional” e de “paz”.
Para que tal fosse possível, procedeu-se ao saneamento financeiro e à coordenação de interesses sociais e económicos. Em suma, era necessário um governo forte que interviesse na sociedade e na economia. Deste modo, é em 1932 que surge uma nova constituição que traz novidades. Apesar de se manter a bandeira, o hino nacional, os feriados, a separação republicana da Igreja e do Estado, a enumeração liberal dos direitos e liberdades, bem como os princípios da igualdade de todos os cidadãos perante a lei e a divisão de poderes e independência dos magistrados, havia uma novidade. Pretendia-se criar corporações, ou seja, “agrupar” os portugueses em vários organismos locais e sócio-profissionais que seriam representados numa Câmara Corporativa apenas consultiva e destinada a dar pareceres sobre projectos-leis. Em relação aos elementos propriamente políticos, estes seriam os mesmos, um chefe de estado, um Governo e um parlamento. Por sua vez o presidente