Sahlins, marshal. o “pessimismo sentimental” e a experiência etnográfica: porque a cultura não é um “objeto” em via de extinção.
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SAHLINS, Marshal. O “pessimismo sentimental” e a experiência etnográfica: Porque a cultura não é um “objeto” em via de extinção. Rio de Janeiro: UFRJ, v. 3, n. 1 e 2, 1997. O texto de Marshall Sahlins procura, basicamente, fazer uma crítica aqueles que apontam que a Antropologia e seu principal objeto de estudo, a cultura, estão em vias de extinção. O autor começa então a descrever em seu texto, o que ele chama de “pessimismo sentimental”, ao mostra que a Antropologia começa a estudar objetos – nesse caso, os povos “primitivos” e suas “culturas” – quando estes já estavam sendo extintos. Ele, simplificando, enxerga o processo de contato de diferentes culturas (capitalista e “primitiva”) como uma forma de “intensificação cultural”. Ou seja, as sociedades tendem a se ajustar, a se adaptar, às novas condições das estruturas já existentes no sistema cultural que começam a ter contato. Sendo assim, ao invés de perder o aspecto das suas culturas, esses povos passam a modificá-los de forma que fiquem mais intensos. “Tudo que se pode hoje concluir a respeito disso é que não conhecemos a priori o poder que os povos indígenas têm de integrar culturalmente as forças irresistíveis do Sistema Mundial” (SAHLINS, p. 64). Podemos perceber que o autor defende a idéia de cultura como objeto da Antropologia, e toda a sua capacidade de se adequar as forma do sistema no contato com diferentes concepções estruturais. Diferentemente de vários outros autores e teóricos, Marshall Sahlins não enxergar o capitalismo como o grande bode expiratório que vai destruir as culturas dos outros povos nativos. Ele enxerga o capitalismo como um novo fator que vai agir na transformação das culturas que estão no processo de renovação e reestruturação. Sahlins, de certa maneira, quebra a idéia de um sistema mundial burguês que domina os outros povos “inferiores” através da imposição de sua superioridade cultural e econômica. Ele afirma que as culturas e os povos considerados primitivos e