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Sistemas Agroflorestais
Denise Bittencourt Amador
Introdução
A restauração de ecossistemas degradados vem tomando importância crescente diante do quadro cada vez mais drástico de crise ambiental e diminuição da qualidade de vida das populações humanas e naturais. O que hoje domina no meio rural são grandes áreas intensamente cultivadas com monoculturas, solo nu sofrendo intenso processo erosivo, zonas ripárias sem vegetação provocando o assoreamento dos rios, e pequenos fragmentos florestais, isolados e permanentemente perturbados pelas atividades humanas. Esse modelo mostra-se hoje insustentável, com conseqüências ambientais graves e irreversíveis, como o aquecimento global, o esgotamento das fontes de água, a perda dos solos pela erosão e a extinção precoce de espécies vegetais e animais.
A transformação dos ecossistemas não pode ser considerada de modo isolado do contexto histórico, social, cultural, político e econômico das populações humanas envolvidas (Vivan, 1998). Assim como a degradação foi fruto de um processo histórico movido pelo ser humano, a recuperação também depende de ações humanas efetivas e emergenciais. Além da restauração, os modelos de desenvolvimento - rural e urbano - devem buscar novos caminhos que conciliem as atividades econômicas com a conservação da biodiversidade e dos recursos naturais.
Restauração de ecossistemas é a denominação que se tem atribuído ao desafio de, por meio de interferências planejadas, reconstruir a estrutura e criar condições para que se restabeleçam também os processos ecológicos naturais de cada ecossistema (Durigan,
1999). A restauração deve partir do estado de degradação ou conservação em que se encontram os ecossistemas e a paisagem onde estão localizados. Cada situação é única e requer caminhos específicos, determinados a partir das necessidades e dos objetivos locais, considerando-se as prioridades, as possibilidades e os