sacrificio eucaristico
Jean Galot
Itinerário histórico
Para determinar o significado do Sacrifício Eucarístico em relação à identidade do presbítero, seguiremos o desenvolvimento desse vínculo ao longo de três etapas da doutrina das relações entre sacrifício e sacerdócio: na Carta aos Hebreus, o mistério de Cristo sacerdote transcendente; no Concílio de Trento, o vínculo entre o sacerdócio da nova aliança e o sacrifício propiciatório; no Concílio Vaticano II, o Sacrifício Eucarístico reconhecido como o ponto mais alto do ministério sacerdotal.
1. Cristo sacerdote, segundo a Carta aos Hebreus
a) A Carta aos Hebreus nos leva a discernir o mistério que se expressa no sacerdócio, evidenciando, na definição do sumo sacerdote, uma relação essencial com Deus, que lhe permite exercer uma influência sobre o comportamento divino: “Todo sumo sacerdote, tirado do meio dos homens, é constituído em favor dos homens em suas relações com Deus. A sua função é oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (5,1).
Os sacrifícios realizam a reconciliação da humanidade com Deus; as relações que implicavam por motivo do pecado uma separação hostil são substituídas por relações de paz e de amizade recíproca. A ira divina desaparece, cedendo lugar à misericórdia. O acesso “a Deus” é restabelecido.
O desígnio divino da aliança pode ser cumprido. No Antigo Testamento, esse desígnio foi posto em prática com Moisés, no sacrifício, e hoje a nova aliança é assegurada pelo sacrifício pessoal de Cristo. Esse Sacrifício é o sacrifício perfeito, que obtém todo bem e toda graça. Os sacrifícios na religião judaica eram sempre imperfeitos e tinham apenas um valor simbólico: não podiam alcançar sua finalidade, que consistia na remissão dos pecados. Só o sacrifício de Cristo obtém uma reconciliação total, com o perdão definitivo de todas as culpas.
b) Ao falar de um “sumo sacerdote” (archiereus), o autor da