Sabroza
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1.Introdução: A Crise da Saúde Pública
(SABROZA, P.C. CONTEXTO. Curso de Aperfeiçoamento de Gestão em saúde. Educação A Distância/Escola Nacional de Saúde Pública)
Nos anos recentes vem se expressando, por toda parte, um sentimento de que os problemas de saúde estão se acumulando e os modelos assistenciais não conseguem mais responder às expectativas das pessoas e às necessidades da sociedade.
Junto com o desemprego e a violência, a questão da saúde sempre aparece com destaque entre as preocupações identificadas como prioritárias, quando são realizados levantamentos nos diversos grupos populacionais.
Os meios de comunicação expõem, diariamente, as limitações e mesmo absurdos que se acumulam no atendimento prestado pelos serviços de saúde, enfatizando os dramas individuais e colocando em questão sua função social.
Mesmo entre os profissionais do campo da saúde pública, generaliza-se a impressão de que uma crise profunda percorre sua área de atuação, fazendo com que muitos dos conceitos e recursos técnicos até a pouco valorizados pareçam obsoletos, resultando na disseminação de um sentimento crescente de mal estar, que dificulta a possibilidade de identificação de propostas alternativas capazes de recuperar a efetividade do setor
Este sentimento de crise parece particularmente paradoxal quando se considera, por um lado, o impacto que os modelos de atenção à saúde, individual e coletiva, apresentaram neste século, resultando no aumento progressivo da duração média da vida, em níveis inéditos na história, compreendendo ainda uma extensão lenta, mas sempre continuada do acesso a cuidados médicos e condições de saneamento para muitos grupos populacionais até então excluídos.
Por outro, registramos o potencial de desenvolvimento científico e tecnológico das práticas de atenção à saúde, possibilitado pelas recentes e revolucionárias transformações nas ciências