Saberes Para além da escola
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
Saberes para além da escola: A educação a partir das práticas religiosas de origem africana.¹
Dayana dos Anjos; Jaime A. Tasca Filho; Luciana de Oliveira²
O presente trabalho não busca de forma alguma refletir a cerca das religiões africanas em uma perspectiva de crenças tão pouco de valores, também não é de interesse deste artigo defender ou atacar as práticas religiosas existentes nos referidos cultos, ou ainda compara-las a de outras linhas religiosas. O que buscamos nesse texto é analisar de que forma estas religiões ou cultos religiosos buscam ensinar e repassar saberes e valores, sejam eles reconhecidos ou não perante esta sociedade.
Durante o processo de colonização do Brasil, notamos que a utilização dos africanos como mão de obra escrava estabeleceu um amplo leque de novidades em nosso cenário religioso. Ao chegarem aqui, os escravos de várias regiões da África traziam consigo várias crenças que se modificaram no espaço colonial. De forma geral, o contato entre nações africanas diferentes empreendeu a troca e a difusão de um grande número de divindade. Mediante essa situação, a Igreja Católica se colocava em um delicado dilema ao representar a religião oficial do espaço colonial. Em algumas situações, os clérigos tentavam reprimir as manifestações religiosas dos escravos e lhes impuseram o paradigma cristão. Em outras situações, preferiam fazer vista grossa aos cantos, batuques, danças e rezas ocorridas nas senzalas. Diversas vezes, os negros organizavam propositalmente suas manifestações em dias-santos ou durante outras festividades católicas.
O fato é que no decorrer da história muito se agregou e muito se perdeu na cultura religiosa africana e neste caminho de muita luta contra o preconceito e a falta de conhecimento, às histórias, costumes, regras, passados de “Pai de Santo” para os fieis, dentro das Terreiras ou Casas de Santos tiveram uma grande participação