saberes docentes
Uma das maiores contribuições do movimento pela profissionalização do ensino, iniciado na década de 1980, foi o reconhecimento da existência de saberes específicos que caracterizam a profissão docente, saberes desenvolvidos pelos professores tanto no seu processo de formação para o trabalho quanto no próprio cotidiano de suas atividades como docentes.
Na década de 1990 foram realizadas no Brasil as primeiras pesquisas sobre os saberes docentes e foram fortemente influenciadas pelos estudos internacionais desenvolvidos desde a década de 1980.
Essa influência torna-se evidente com base na forte tendência das pesquisas brasileiras em defender a centralidade da figura do professor e a importância de que se procure compreender a prática pedagógica a partir de toda complexidade que envolve a atividade de ensinar quanto ao fato de que os dois agentes dessa atividade são pessoas, com histórias, memórias, trajetórias, expectativas e experiências singulares. (NUNES, 2001; NUNES, 1999)
A prática profissional do professor não é um mero ofício de aplicação de teorias; é, sim, um espaço de produção de saberes e conhecimentos para o seu desenvolvimento profissional e sua emancipação. Esses saberes provêm de diferentes fontes e dão origem a um saber múltiplo, plural, “formado pelo amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais” (TARDIF, 2008, p. 36).
No livro “Saberes Docentes e Formação Profissional” Maurice Tardif discorre a respeito dos saberes docentes e a sua relação com a formação profissional dos professores e com o exercício da docência. Destaca o propósito de compreender o que pensam os professores sobre os seus saberes, ressalta que o saber docente é um “saber plural, formado de diversos saberes provenientes das instituições de formação, da formação profissional, dos currículos e da prática cotidiana” (p.54).