Saber popular e a questão do estatuto da ciência
Kelton Lima Monteiro Mendes
Resumo: O texto apresenta breve ensaio sobre o embate entre saber popular e o estatuto da ciência , propondo principalmente certo diálogo amigável entre ambas, discutindo-o por meio de análises antropológicas e históricas. Inicia-se dialogando sobre as ideias europeias acerca dos povos “descobertos ”, observando como os trataram em relação as suas culturas e sua ciência considerada hoje etnociência ; após se faz uma análise dos princípios da ciência cartesiana para que se possam mostrar certos aspectos análogos comparados à ciência dos povos ditos “primitivos”, considerando-a, assim, como ciência; enfim analisam-se casos de contribuição deste saber popular para a ciência e mostra-se que não receberam a devida consideração, deixando claro esta questão no Pará. Baseamos-nos no texto Saber Popular ou a Experiência de Saber isto não se aprende na escola dos autores BELTRÃO; MASTOP-LIMA.
Palavras - chave: Estatuto da ciência, Visão europeia, Saber popular.
1-Introdução
A grande pergunta é: porque o conhecimento científico não se relaciona com o saber popular de maneira harmônica? É desta forma que, neste ensaio, nos propusemos a entender um pouco sobre esta questão por meio do texto de Beltrão; Mastop-Lima que deixa claro esta questão no Pará. A princípio entendemos que existe um grande embate entre os dois conhecimentos, acreditando-se que este duelo anuncia-se, não só por meio da evidenciação de rituais e crendices, masque também a partir da visão de superioridade do pensamento europeu; desta forma, inicialmente tentamos abordar, por meio de análises antropológicas e históricas a relação deste pensamento a respeito dos saberes dos povos ditos “selvagens ” ficando clara essa concepção de superioridade europeia; logo após, por meio da análise de Lopes (2006), deixaremos claro que no período colonial, no Brasil, esta concepção de superioridade ainda é muito forte; e