rutherford e o atomo
Auto, como designado no título, é um tipo de encenação popular, corrente durante muito tempo no nordeste do Brasil, e que se propunha a um ensinamento religioso.
Os autos tinham a função de levar ao público as exemplares vidas dos santos, assim como os atos que os dignificaram.
O auto obedece a um modelo de composição, uma das formas teatrais e dramatúrgicas, que está muito ao gosto do povo, sua função sendo o de instrumento de catequese, didática pelo ensinamento teológico dos evangelhos, moralizante através do exemplo cristão da vida dos santos.
Encenam-se nos autos, portanto, enredos populares, e no caso brasileiro renovado pelo caudal de elementos indígenas e africanos (lapinhas, pastoris, congadas, etc.) e personagens folclóricos eivados do próprio povo.
O auto aqui é da compadecida, porque fala justamente de Nossa Senhora Aparecida, padroeira dos brasileiros. (Compadecida porque se compadece do ser humano, conforme pode ser visto no final da história, quando a mesma é chamada a interceder em favor de João Grilo).
Vale mencionar também, que outra tradição literária que se relaciona a João Grilo é o herói picaresco Pedro Malazarte, tradicional na oralidade popular. Figurando na construção da visão de mundo de nosso povo, personagens como estes dois, supracitados, expõem idéias, histórias, imagens, falas, temas, motivos. Aquilo que é a expressividade da vida do povo brasileiro.