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Como nos explica Boff (2004, p.27), precisamos de uma nova ética “que permita uma nova convivência entre os humanos com os demais seres da comunidade biótica, planetária e cósmica; que propicie um novo encantamento face à majestade do universo e à complexidade das relações que sustentam todos e cada um dos seres.” É no sentido de propiciar o surgimento dessa nova ética que a Ecopedagogia deve atuar, formando o indivíduo para um novo modo de "estar no mundo, um jeito de pensar a partir da vida cotidiana, que busca sentido a cada momento, em cada ato, que 'pensa a prática' (Paulo Freire), em cada instante de nossas vidas, evitando a burocratização do olhar e do comportamento." (GADOTTI, 2002, p. 91)
Repetindo as palavras de Gutièrrez (2000, p.106-107) O subdesenvolvimento da sensibilidade e da incapacidade emocional explicam amplamente a desumanização de nossa sociedade. Esse desequilíbrio da sensibilidade social, fruto das políticas econômicas centradas no ter e não no ser, trouxe como conseqüência a supervalorização do institucional e da menos-valia do pessoal. Nessa situação, o ser humano se vê forçado à estaticidade, estreiteza, rigidez, normatização e imposição excessivas e que, por si mesmas, explicam a ausência da dimensão ética e das exigências ecológicas em nível pessoal, institucional e social.
No plano escolar, é preciso incentivar a formação do indivíduo pela sensibilidade, buscando, no quotidiano da escola, a imersão do educando no mundo: Precisamos, mais do que perseguir objetivos (econômicos), viver processos que favoreçam a flexibilidade, a abertura, o frescor e o contato sensível, profundo e limpo com os seres e as coisas. (...) Necessitamos recuperar e desenvolver a capacidade de sentir, de nos emocionarmos, de vibrar. Chegaremos a 'sentir a Terra a partir de nossa própria experiência : sentir o vento em nosso cabelo, saborear as águas da montanha, penetrar na mata virgem e captar