Rousseau vontade geral
Rousseau parte de considerações dos seres humanos no estado de natureza. Para ele, no estado de natureza, os homens não são necessariamente hostis entre si. São motivados pelo amor-próprio, o que não é o mesmo que o egoísmo – pode ser demonstrado como empatia e a compaixão pelos nossos companheiros. Num estado de natureza um homem só tem desejos simples e animais: “os únicos bens que reconhece no mundo são a comida, uma fêmea e dormir; os únicos males que teme são a dor e fome”. Estes desejos não são tão competitivos, como a procura do poder em sociedades mais sofisticadas.
Rousseau diz que em um estado de natureza não há direitos de propriedade ou justiça e injustiça, mas à medida que a sociedade se desenvolve a falta de tais direitos começa a ser sentida. Acaba se tornando necessária a formação de uma associação para a proteção das pessoas e das posses dos indivíduos. Isso poderá ser feito de modo que os membros da associação permaneçam tão livres quanto eram antes – e é a partir desse ponto que o conceito de Vontade Geral aparece como uma solução.
A vontade geral surge quando “cada um de nós coloca a sua pessoa e todo o seu poder em comum sob a direção suprema da vontade geral e, na nossa capacidade coletiva, recebemos cada membro como uma parte indivisível do todo” (O Contrato Social). Isso gera uma pessoa pública, um corpo moral e coletivo, e o estado (povo soberano). Cada indivíduo é, ao mesmo tempo, um cidadão e um súdito. Como cidadão, participa da autoridade soberana. Como súdito, obedece às leis do estado.
Os homens perdem a sua liberdade natural (estado de natureza em sua forma pura, tal como pode ser concebido antes de qualquer imposição de necessidades que incentivem os homens ao convívio. É o isolamento do indivíduo humano) para compreenderem o que quer que seja que os influencia, mas ganham liberdade civil (através dos direitos e deveres de cada cidadão no corpo