Roteiro
Menino:- Moço, vai uma bala?
Homem: - Sim. [tirei o dinheiro da carteira] M: - 50,00 reais?! Tá doido?! São 15 centavos. Eu não gosto, mas você deve gostar,está chorando, deve aceitar. H: - Não estou chorando. M: - Tá sim. H: - Não estou. E por que você não gosta de bala?! M: - Embaçam minha visão. H: - Como assim? M: - Sei lá, forma umas manchas escuras na minha frente, bem estranhas. Só gosto daquelas de maçã, é boa, é azedinha e forma umas cores bem divertidas e brilhosas na minha frente. H: - Isso é bem esquisito, garoto. M: - Qual seu nome? H: - Cláudio. M: - Não gostei. Cê tem nome de gente rica, gente ruim, mas sei que não é ruim. H: - O que mais vê em mim? M: - Tá me achando com cara de cigana?! São coisas diferentes, não dá pra explicar, vejo e sinto coisas que ninguém vê. Agora só sei dizer que você tava chorando. H: - É, eu chorava. M: - O que houve? H: - Meu filho se foi...
Narração: Neste momento tudo se calou. Em instantes ele prosseguiu.
M: - Moço sabe o que vejo daqui?! Luzes verdes em todas as árvores da praça. H: - Mas tá tudo seco, menino, é outono! M: - Outono? Nome engraçado! Quem é outono?! H: - Não importa o que mais ver? M: - O homem do carrinho de pipoca e balões indo embora... Sabe?! Eu gosto de pipoca, o cheiro tem sabor de fruta arrancada do pé...
Narração: Naquele momento, me transferi para o mundo daquele garoto, eu não entendia bem, mas ele continuava a falar da pipoca, dos balões, de cores inimagináveis, de cata-ventos coloridos, do carrossel, dos perfumes, do gosto de chuva,