Roteiro

Roteiro - Triste Fim de Policarpo Quaresma 2º A

Ato 1: Instrumento Nacional
Narradora: - Deitado eternamente em berço esplêndido. Ao som do mar e a luz do céu profundo... Puro nacionalismo. E foi quando o governo de Floriano Peixoto se instalava no Brasil, que chega ele. Que era? Um batalhão? Um incêndio? Nada disso: era Major Policarpo Quaresma.
Policarpo: - Ricardo, o meu professor de violão vem jantar hoje conosco.
Adelaide: - Policarpo, voce precisa tomar juízo. Um homem de idade, com posição, respeitável, como você é, a andar metido com um seresteiro, não é bonito!
Policarpo: - Preconceito seu supor-se que todo homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional.
Adelaide: - Mas isso foi em outro tempo, estamos falando do agora.
Policarpo: - Que tem isso Adelaide? Convém que nós não deixemos morrer as nossas tradições, os usos genuinamente nacionais...
Adelaide: - Bem, Policarpo, eu não quero contrariar você, continue lá com as suas manias.
Narradora: - Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum e vazio, fora um sentimento sério, grave e absorvente...
Ricardo: - Ora ora, já sabe dar o "re" sustenido major? (senta se)
Policarpo: - Claro, mas primeiro vamos jantar.
Adelaide: - O senhor Ricardo há de nos desculpar a pobreza do nosso jantar, mas Policarpo disse que não queria pratos estrangeiros
Policarpo: - A nossa terra, que tem todos os climas do mundo, é capaz de produzir tudo que é necessário para o estômago mais exigente. Você é que deu para implicar.
Adelaide: - A gente tem que ingerir cada droga por causa dessas suas manias.
Ricardo: - Os brasileiros em geral são assim, não querem nada da nossa terra...
Policarpo: - Comigo não é assim, me visto, me alimento, mas nada com interferência desses trapos estrangeiros.
Ricardo: - Sim eu entendo. Obrigada pelo jantar, estou de saída.
-MUSICA: CANÇÃO DO EXILIO-

Ato 2: Ubirajara