Rotavírus
Resumo
Os rotavírus causam de 600.000 a 870.000 óbitos por ano entre crianças em todo o mundo. Esses vírus foram visualizados pela primeira vez no Brasil em 1976, a partir da microscopia eletrônica das fezes de crianças diarréicas em Belém, Pará. Estudos conduzidos em hospitais registraram prevalência de diarreia por rotavírus de 12% e 42%. A par disso, investigações longitudinais assinalaram taxa média de 0,25 episódios de diarreia por criança/ano. Os tipos G1, G2, G3 e G4 representam cerca de 2/3 das amostras circulantes, porém, sustenta-se que o genótipo P[8], G5 associa-se a, no mínimo, 10% das diarreias. Estudos sobre a imunidade natural para rotavírus revelaram que 70% das crianças adquirem anticorpos já aos 4-5 anos de idade. A vacina tetravalente, de origem símio-humana (RRV-TV) conferiu proteção de 35% após dois anos de estudo; contudo, o nível protetor alcançou 60% no primeiro ano de vida. A RRV-TV, no norte do Brasil, revelou eficácia de 75% frente às diarréias graves. Há poucos meses interrompeu-se o uso dessa vacina nos EUA devido à ocorrência de intussuscepção como efeito colateral. É provável que futuros experimentos no Brasil contemplem outras “candidatas” a vacina contra rotavírus, que não a RRV-TV.
Aspectos históricos
Em 1943, Jacob Luz e Horace Hodes provou que um agente filtrável nas fezes de crianças com diarréia infecciosa, também causou diarréia (diarréia dos animais) em bovinos. Três décadas mais tarde, amostras conservadas do agente mostrou-se contra o rotavírus. Nos anos seguintes, um vírus em camundongos mostrou-se relacionada com o vírus que causa diarréia. Em 1973, Ruth Bishop descreveu vírus relacionados encontrados em crianças com gastroenterite.
Em 1974, Thomas Henry Flewett sugeriu o nome de rotavírus depois de observar que, quando visto através de um microscópio de elétron, uma partícula de rotavírus parece uma roda (rota, em latim); o nome foi oficialmente reconhecida pelo Comitê Internacional de Taxonomia