Rotatividade
Diferentemente da antiguidade, no período da Idade média, prevalecia o conhecimento religioso, os conceitos passaram a se relacionar à entidades divinas como alma, espírito, anjos, demônios. Todos eles servindo, portanto, para explicar a conduta humana, aplacando, por conseguinte, a angústia trazida pelo desconhecimento.
Todos esses esforços enunciados foram remodelados com as explicações advindas de uma nova forma de pensar o mundo e seus fenômenos, a saber, a racionalidade. Impulsionado por transformações radicais na organização da sociedade, com o surgimento e fortalecimento de uma nova classe social, a burguesia comercial e o iluminismo revolucionam a forma de entender os eventos humanos. Se antes eles eram percebidos como conseqüências de intervenções divinas, agora eles, para sustentar uma nova ideologia, são entendidos como indícios de substâncias, instâncias ou mesmo características intrínsecas ao corpo não visto do sujeito.
Tais movimentos, por mais distanciados quem possam ser, são semelhantes nos equívocos. O primeiro diz respeito à questão de autonomia do sujeito, a qual existiria apenas teoricamente, em virtude de ele se comportar ao sabor das necessidades das entidades. O segundo, e mais emblemático, seria o de conceber o homem de forma dualista. Dito de outro modo, o homem era entendido como a união de uma parcela metafísica e outra material, sendo que aquela comandava essa.
Portanto, tais teorias levavam ao desenvolvimento de explicações pautadas em conceitos com pouca ou nenhuma sustentação científica. O discurso psicológico estava alicerçado em conceitos fictícios. Sendo assim,