Rosseau
Emílio é produto do trabalho conjugado da natureza e do preceptor. A natureza encarregou-se de formar o homem físico, o alicerce sólido e firme sobre o qual surgiria o homem moral, construído pelo mestre.
Tratando da educação de Emílio e inspirando-se na natureza como educadora, ROUSSEAU formulou muitas idéias educacionais que contribuíram grandemente para a renovação pedagógica, muitas das quais válidas até hoje:
O paidocentrismo, isto é, a criança como centro do processo educativo; do seu conhecimento depende toda a educação. A criança deve ser vista como criança e não como um adulto em miniatura.
A educação é um processo natural e progressivo, que dura toda a vida, devendo respeitar as características próprias de cada fase do desenvolvimento humano.
A motivação é da máxima importância, eis que a moderna concepção de educação é a de que ela se processa de dentro para fora, sem imposições, tendo como ponto de partida os interesses e necessidades de cada fase da vida.
A aprendizagem deve ser, tanto quanto possível, resultado da experiência direta e do contacto com a natureza; os métodos devem ser ativos e intuitivos, propiciando oportunidades para que o educando aprenda por si, pela própria experiência.
A afeição entre educador e educando é condição da máxima importância para a eficiência da aprendizagem, pois diminuindo a distância entre ambos, facilita o diálogo.
A educação é fator determinante de reformas sociais, pois criando novas necessidades, exije que sejam criadas as condições para que elas sejam satisfeitas.
Apesar de ROUSSEAU ter exagerado a importância da natureza como educadora, pois é impossível subtrair o homem do contacto social, não se pode deixar de reconhecer a validade de suas idéias inspiradas